sexta-feira, 20 de abril de 2012

PRESIDENTE DO SISERP É HOMENAGEADA EM CRICIÚMA

No dia 16 de abril ela quase foi presa em Cocal do Sul e no dia 19 de abril foi homenageada em Criciúma... Parabéns Maria Bárbara Teixeira Righetto pela sua luta por justiça!

Câmara de Criciúma presta homenagem às mulheres

A Câmara de Vereadores de Criciúma homenageou algumas mulheres na noite de ontem. Ana Peruchi Milanez, Anadir Poncieira Milanez, Angela Mello, Derlei de Luca, Maria Bárbara Teixeira Righetto, Maria Inês Conti Vitor e Maura Martins Vicência foram agraciadas com o Prêmio Mulher Destaque. Por serem referências em projetos de reconhecido valor coletivo no cenário social, cultural, econômico ou político, todas receberam certificados, um livro com a história dos 85 anos do Legislativo e flores.

Prestando a homenagem, a vereadora Tati Teixeira (PSD) destacou as lutas históricas das mulheres. “Não quero pregar aqui uma batalha entre os sexos, ao contrário, digo sempre que homens e mulheres devem caminhar juntos, lado a lado, construindo e trabalhando por uma vida melhor a todos, mas para que o patamar de igualdade seja pleno, as diferenças devem ser reconhecidas e eliminadas”.

O presidente da Câmara, vereador Antônio Manoel (PMDB), também deu ênfase às conquistas femininas, mas disse que ainda há muito para ser alcançado, como espaço na vida pública. Para exemplo ele citou o fato de que no Brasil as mulheres representam 52% do eleitorado, mas ocupam apenas 9% das vagas na Câmara Federal, 15% no Senado e 12% nas Assembleias Legislativas. Ele destacou também que na própria Câmara de Criciúma trabalha apenas uma vereadora.

Colaboração: Daniela Niero/Comunicação Câmara Criciúma

quarta-feira, 18 de abril de 2012

GREVE DOO PROFESSORES X JAPÃO EM COCAL DO SUL

JORNAL CIDADE NOTÍCIAS em 20/4/2012

Stela Maris

Greve dos Professores x Japão em Cocal do Sul

Greve dos Professoras - Cocal do Sul X JAPÃO No dia 11 de março de 2011 o Japão foi sacudido por um dos tsunamis mais violentos de que se tem notícia na história da humanidade. O que, talvez, nem todos saibam é que, em novembro, entre os escombros deixados pela fúria da natureza, foram encontrados carteiras e cofres com dinheiro e barras de ouro equivalentes a 125 milhões de reais. O “detalhe” é que todo o “material” foi entregue à policia, para que chegasse a seus respectivos proprietários. Por se tratar de uma quantia relevante, também no Japão o fato mereceu certo destaque na mídia. A maior parte da população, porém, não entendeu a admiração suscitada pelo fato na imprensa internacional, já que, para ela, a honestidade faz parte da normalidade de uma sociedade adulta e organizada. Para o Pe. Olmes Milani, um missionário scalabriniano nascido no Rio Grande do Sul e atuando entre os migrantes brasileiros no Japão há nove anos, «aqui, a honestidade não é notícia. É um hábito diário. Sua origem se perde nos séculos, mas recebeu forte impulso no tempo dos samurais, por volta dos séculos XII e XIII. O cerne da educação do povo consistia – e continua consistindo – na honradez, na honestidade e na lealdade. Hoje já não existem samurais, mas permanecem a cultura e a educação nas convicções do povo». Ele confirma suas palavras com um exemplo: «Permitam-me que partilhe o que aconteceu comigo no mês de setembro, numa grande estação ferroviária de Tóquio, onde passam dezenas de milhares de pessoas por dia. Ao tirar do bolso o cartão eletrônico que permite o acesso à estação, uma nota de 5.000 yens – equivalente a pouco mais de RS 100,00 – caiu no chão, sem que eu percebesse. Eu já me havia distanciado uns metros das máquinas leitoras, quando percebi que alguém roçou alguma coisa no meu braço, com a tradicional expressão japonesa “sumimassen” – que significa “desculpe” –, e me entregou o dinheiro, dizendo que era meu e que o vira cair do meu bolso». Concluindo, o padre explica: «Ao encontrar alguma coisa na rua, nas estações ou nos parques, ninguém leva para casa. O conceito popular no Brasil: “Achado não é roubado”, não existe no Japão. Os japoneses pensam diferente: “O que foi perdido não me pertence. Ele tem dono”. É muito bonito ver como as pessoas, ao encontrarem uma carteira ou qualquer objeto de valor no chão ou na rua, têm a delicadeza de colocá-lo sobre um muro próximo para ser visto, julgando que, quem o perdeu, voltará para o buscar. Não há dúvidas, no trigal ou arrozal as ervas daninhas crescem também. No Japão, elas existem, mas, em geral, podem ser consideradas exceções. Uma vez detectadas, a justiça faz a sua parte Os recentes casos de corrupção, anunciados pela imprensa, surpreendem você? Alguma vez você ouviu falar sobre a prática de se oferecer ou ter que dar propina para poder participar de licitações públicas? Pois é, o que mais assusta nesta coisa toda é que isso não é nenhuma novidade. Sempre soubemos que essas coisas existem. Todo mundo conhece alguém que já passou por um caso desses. São 82 bilhões de reais que desaparecem dos cofres públicos todos os anos, para os bolsos de corruptos e corruptores. Não acontece só em Brasília. Acontece também em nosso estado e provavelmente existe em nosso município (aguardando os próximos noticiários). Para essas pessoas, trata-se apenas de um pequeno percentual: 10, 15 ou 20% que mudam de destino. Para nós outros, são buracos que não foram tampados, ambulâncias que não andam por falta de peças, escolas que não foram reformadas, crianças sem merendas, pacientes sem remédios, mortes por falta de atendimentos e de HOSPITAL. Portanto; A diferernça é notórias. “O errado e o malfeito, a incompetência e o desleixo, a estupidez e a má-fé são próprios da condição humana. A diferença está entre os que se envergonham e os desavergonhados. No Japão civilizado, a vergonha é o pior castigo para uma pessoa e sua família, mais temida do que as penas da lei. Homens públicos se suicidam por pura vergonha. Embora seja só meio caminho para não errar de novo, o sentimento de vergonha ajuda a civilizar. Já os que não se envergonham, nem por si nem pelos outros, são determinantes para que suas sociedades sejam as que mais sofrem com a corrupção. E talvez por isso no JAPÃO SEJA NECESSÁRIO somente uma faixa preta colocada ao braço como manifesto de que em estado de greve. Artigo citado num veículo de informações de Cocal do Sul em forma de recaodo, referindo se aos Educadores em busca de diálogo e reajuste salarial. Pois é Jaime se a regra fosse a mesma,Cocal do Sul não estaria na midia por falta de diálogo e também não teriámos por aqui, esgotos desaguando em rios em pleno centro da cidade, e pior, muitos desses orgãos públicos, dos quais deveriam partir à ordem. PARABÉNS Professores ..!

domingo, 15 de abril de 2012

PROFESSORES QUE ADERIAM À GREVE

OBS: Essa é a lista do professores em greve no dia 15 de abril. Nessa data dois colegas voltaram para sala de aula (penso que não querem que seu nomes sejam citados e por isso vamos omitir).
Júlia na verdade é Giulia...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

DOMINGOS DENONI

O Sr. Domingos Denoni, ex-morador de Cocal do Sul, foi à Feira do Peixe e ao passar por um grupo de professores reunidos no fundo da Prefeitura, perguntou: Posso falar uma coisa pra vocês?
Hoje, ele tem 84 anos e mora em Unaí-MG. Ficamos encantados com seu carisma e com suas histórias! Gravamos para que isso fique em nossa memória.
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

VERBAS MUNICIPAIS

A representante Sindical, Jucélia Vargas Vieira de Jesus, explica nesse vídeo quais são as principais verbas recebidas pelas prefeituras. Também acrescentamos informações das verbas do FPM e do FUNDEB de Cocal do Sul. CLIQUE AQUI

MÉTODOS DE CONFINAMENTO E ENGORDA

(COMO RENDER MAIS PORCOS, GALINHAS, PROFESSORES...)

Porcos, vacas, suponho ainda que galinhas, perus e outros animais de pêlo e penas, confinados (calados), não só engordam mais, como produzem mais leite e carne, botam muitos ovos e fazem menos sujeira (barulho). A questão da sujeira talvez não seja relevante, mas é melhor sujeira num cantinho apenas do que no pasto ou no terreiro todo, assim, estão fazendo com este município, mascarando a realidade e jogando a sujeira para baixo do tapete. Quanto mais confinados, esses animais (no caso nós professores), se mostram muito mais econômicos: menos terra, pasto e comida e mais produção. Coisa de município rico, que municípios pobres e vastos como Cocal do Sul não precisam economizar, pelo menos com bichos e terras.

Já pensaram como se coloca a construção de um presídio? A construção geralmente é circular com as celas fazendo fronteira umas com as outras, todas voltadas para frente para uma torre localizada no centro do presídio, o que torna impossível a privacidade dos prisioneiros e com apenas um guarda vigiando da torre, sendo que os prisioneiros vêem o guarda, mas eles não podem se ver. Trago esse modelo para Cocal. Nesta cidade querem separar nossa classe para que separados, sejamos mais fáceis de vigiar. Não podemos deixar isso acontecer.

Para o poder, é fundamental que os indivíduos possam ser controlados, mas para controlar o indivíduo é necessário humilhá-lo retirando sua individualidade, deixando-o vazio de esperanças e de fantasias.

Voltando aos “métodos de confinamento e engorda...”. Pode ser muito interessante confinar uma vaca num estábulo, a comida à frente do seu pescoço, dosada, medida, para o máximo aproveitamento de leite e carne. Tudo vale, desde que ela se torne mais econômica. Até música clássica se coloca para elas renderem mais leite. As vacas ainda têm Mozart; os professores tem o quê?

O mais engraçado de tudo é que alguém em alguma época plantou a ideia de que professor deve fazer voto da pobreza e abdicar de tudo que o mundo material oferece, não podemos ter uma boa casa, um bom carro, enfim, uma vida confortável. Recebemos a “dolorosa missão de educar” e mudar o mundo, mas temos que voltar de ônibus pra nossas casas e seguir para o segundo emprego de boca calada.

Os mais velhos diziam que Antigamente (há muitos e muitos e muitos anos atrás) os professores eram extremamente respeitados por todos da cidade (como um médico nos tempos de hoje). Gostaria de voltar a esse tempo e viver pelo menos um dia nele e sentir essa sensação.

Nem vacas, nem porcos nem perus, queremos ser tratados como Professores.

Texto escrito por João Fabrício Somariva a partir das ideias de alguns autores.

Professor Sérgio Uliano

Participação do professor Sérgio Uliano na Greve de Cocal do Sul em 2012.
CLIQUE AQUI

terça-feira, 10 de abril de 2012

MARLENE SOCCAS


PARA ASSISTIR AO VÍDEO CLIQUE AQUI.

Marlene Soccas (Criciúma-SC), 78 anos, dentista, presa em 1970 aos 35 anos em São Paulo, onde conheceu Dilma Rousseff.

Devido a sua história de luta por mudanças nesse nosso país, ela foi convidada para conversar com os professores em greve na cidade de Cocal do Sul, em abril de 2012.

Algumas frases que ela proferiu:

Os trabalhadores enfrentam o patrão capitalista que não admite qualquer redução na sua taxa de lucros. O Estado também é capitalista.

Salário mínimo não devia existir. Eu acho que é vergonhoso.

Eu como dentista cobro o que eu quiser. Mas os trabalhadores das empresas não podem dizer qual é o preço do seu trabalho. O preço do trabalho de um professor não tem preço... Vocês valem muito e o salário de vocês deveria ser um dos mais altos do Brasil.

O pior de tudo é a Ditadura dentro de nós.

Toda a sociedade aprendeu a ler e a escrever com quem? Com os professores!!!!

PALAVRAS DA DRA. MARLENE SOCCAS

Caríssim@s amig@s.

Fui convidada para participar de uma manifestação dos Professores da cidade de Cocal do Sul, em frente à Prefeitura, em função da greve que eclodiu na cidade.
O discurso foi mais longo, ainda falei da importância da Unidade de TODOS os trabalhadores em suas lutas particulares,de Todas as Categorias de Trabalhadores, umas apoiando as outras. E fiz uma sugestão aos sindicalistas presentes, pertencentes à CUT, que sugerissem às catergorias que representavam, para que abrissem mão de algumas horas trabalhadas, ou um dia de trabalho, para se juntarem aos Professores, iniciando, naquela Praça, o embrião da Unidade da Luta de todos os trabalhadores.
Meu terceiro ponto de discussão foi sugerindo aos Professores que não lutem dentro do sistema Capitalista, não lutem dentro do pensamento reformista, porque o sistema capitalista não tem mais nada a oferecer à sociedade. E que, a luta reformista significaria que, de tempos em tempos, eles estariam, novamente, naquela praça, de pires na mão, lutando, nada mais nada menos do que PELA APLICAÇÃO DE UMA LEI EXISTENTE e que a luta deveria ser encaminhada para uma luta de transformação social.
É claro que o vídeo ficaria longo. Mesmo assim, valeu. Os Professores de Cocal do Sul estão de parabéns pela greve histórica, sendo a primeira, entre os Professores, que acontece naquela pequena cidade do interior de Santa Catarina.
Um grande abraço a tod@s, Marlene Soccas.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Professor João Fabrício Somariva

Olá à todos os colegas de trabalho,

Trabalho a quase 10 anos em Cocal e escolhi este lugar para viver.
Desde que moro aqui não havia me posicionado politicamente e vivia minha vida tranquila, acompanhava os rumores da política suja de Cocal do Sul e ficava alheio a tudo. Só que agora estão mexendo com minha escola e meus alunos. Aí já chega!
Cansado de ouvir rumores de todos os lados fui até minha escola (Demétrio Bettiol) ver qual a situação real pois se visse as salas de aulas cheias e Professores dando aula normal pensaria em voltar pois acharia que o movimento grevista estaria fraco. Mas o que vi é o retrato do descaso. "Professores" com 7, 8 alunos por turma, alunos de turmas diferentes misturados, alunos dentro da sala sem Professor.
Na chegada ao colégio vi 3 mães querendo buscar seus filhos e não conseguiam entrar. Depois de quase irem aos prantos elas conseguiram (ficaram sabendo o que realmente estava acontecendo na escola).
Não gosto de política, não gosto de greve e me sinto mal em estar parado, acredito que meus colegas também. Agora o que vi não pode ser chamado de "aula normal". Quem está na escola e não tem cargo político até entendo, mas os demais devem se envergonhar do que estão presenciando todo dia, eu não teria estômago para isso.

RESPEITO QUEM FAZ GREVE, RESPEITO QUEM NÃO FAZ, SÓ NÃO RESPEITO O MAL QUE ESTÃO FAZENDO AOS ALUNOS.

Professor João Fabrício Somariva

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Greve continua...

Ontem o procurador Rafael chamou a Comissão de Negociação e agendou uma reunião.

Hoje de manhã, o Prefeito Nilso Bortolatto, o procurador Rafael e o Laércio estiveram ouvindo a contraproposta do Sindicato.

Pedimos que pagassem agora 14,5% e que o restante fosse parcelado em duas vezes, nos próximos meses. Solicitaram a proposta por escrito e o advogado do SISERP a providenciou rapidamente. Ficamos aguardando o retorno. Somente as 16 horas, depois de exigir uma posição é que ouviram a resposta: a proposta veio negada.

Decepcionados e indignados, decidimos que amanhã, dia 5 de abril, estaremos lá para protestar.

A Prefeitura Municipal estará fechada porque o prefeito decretou ponto facultativo, mas estará acontecendo a Feira do Peixe e assim poderemos conversar e divulgar mais nossos objetivos para a comunidade.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Os gráficos provam que dinheiro tem para que a Lei seja cumprida!


FPM = Fundo de Participação dos Municípios

FUNDEB = Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação Básica.

Os dados de 2012 são relativos aos meses de janeiro e fevereiro.

Reflexão sobre a Greve de 2012

Minhas palavras sobre a greve de Cocal do Sul

O Plano Político Pedagógico da Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol, de Cocal do Sul, tem como missão: Garantir um ensino de qualidade, igualitário e inclusivo, ligando o conhecimento técnico ao prático, para a formação do cidadão consciente, transformador da sociedade e ecologicamente responsável.
O que fizeram os países evoluídos para garantir ensino de qualidade? Garantiram uma boa formação para os seus educadores. Sem um professor preparado não haverá mudanças positivas no sistema de Educação. Estudar mais, não é fácil: requer dinheiro e tempo. No entanto, muitos professores venceram as dificuldades para ter no mínimo uma especialização que agora, não querem valorizar no Plano de Carreira.
Vai faltar professor em nossas escolas. Aliás, nossa região já sente a carência em algumas disciplinas. Tem escola que reclama da falta de competência de alguns profissionais e já houve: “Pelo amor de Deus, fica com esse!” E os pais, nem imaginam que à medida que os governos desvalorizam o Magistério, a qualidade cai drasticamente.
Sempre discutimos em nossas reuniões que temos que trabalhar mais do que o conteúdo da disciplina que nos compete: temos que formar cidadãos conscientes dos seus deveres e direitos. A pergunta que não quer calar: Como é que uma pessoa que não tem consciência dos seus deveres e direitos pode ensinar isso aos outros? Nessa luta em tentar defender que a Lei do Piso, em Cocal do Sul, seja respeita, eu vi muitos colegas sendo iludidos por palavras bonitas e argumentos infundados. Talvez, porque estamos acostumados com a sofrer a indiferença do poder público, acreditamos que receber 14% está ótimo. Mas, há uma Lei Federal que diz que o valor é de 22,22%. Temos dados mostrando que a Prefeitura já recebeu 19% de aumento no valor do FUNDEB. Por que então não querem nos repassar na mesma proporção?
Em assembléia decidimos que precisamos apelar para o último e pior recurso: a greve. Sentimos que à medida que a Lei foi sendo esclarecida e os números conhecidos, os professores começaram a entender que não dá mais para tolerar certas imposições de nossos governantes. É óbvio que os cargos “comissionados” dirão aos alunos que haverá aula! Afinal, eles têm que obedecer porque é uma troca de favores: “Eu te coloquei lá e agora você faz o que eu mando!” Talvez, essas pessoas pensem como nós, mas não podem falar e muito menos se manifestar contra. Também tem os casos dos professores ACTs – Admitidos em Caráter Temporário – que sentem uma vontade imensa de estar do lado de quem luta, porém, tem medo de “ficarem marcados”. A eles, digo uma coisa que um dia ouvi da Bárbara, presidente do SISERP, quando falei sobre os alertas da minha família sobre possíveis represálias: “Corremos esse risco, mas passamos a ser mais respeitados também.” Até hoje não sofri nenhuma retaliação por participar dos movimentos sindicais.
Tento aceitar as ideias e posturas dos colegas que decidem não fazer greve ou pior ainda, trabalhar contra quem faz. Mas, não nego que perco a admiração por eles! É difícil aceitar que as conquistas serão para todos, grevistas ou não. Penso que as pessoas que posicionam-se ao lado dos governantes, para manter a dignidade moral, deveriam doar os valores recebidos em seus salários resultantes da luta dos colegas. Vou fazer algumas sugestões: doem cestas básicas para um asilo, levem fraldas para as crianças que estão em albergues, comprem material dourado para as aulas de matemática, arrumem os quadros, coloquem um espelho no banheiro feminino, consertem o Data-Show. Espero que essas pessoas não sejam as mesmas que reclamaram porque não foi providenciado um apagador para o início do ano letivo!
Se quisermos formar cidadãos transformadores da sociedade temos que agir adequadamente. Chega de discursos demagógicos. Mesmo assim, prometo que vou procurar respeitar os contrários. Tenho estudado muito a doutrina espírita que nos reconhece como seres em constante evolução e que precisamos compreender que nem todos os humanos estão no mesmo patamar. Juro que não há ironia no que acabo de escrever.

Ana Lúcia Pintro, professora da rede municipal de Cocal do Sul.